Origem e tipos
O xisto é um tipo de rocha sedimentar oleígena originada da decomposição conjunta de sedimentos de matéria orgânica em ambiente anaeróbico de águas estagnadas, que contêm querogênio, complexo orgânico de composição indefinida, encontrado na matriz mineral e capaz de produzir óleo, sendo uma das maiores fontes potenciais de hidrocarbonetos conhecida no mundo.
São dois os tipos de rochas ricas em betume: Oxisto pirobetuminoso é um recurso energético encontrado na forma sólida, em rochas sedimentares, como o folheto. Seu uso econômico ocorre com seu aquecimento (piro = fogo), através do qual se consegue a separação entre o betume (óléo) e as impurezas. Já no xisto betuminoso, também encontrado em rochas sedimentares, o betume em seu meio é quase fluído, por isso, de fácil extração.
Os recursos em xisto existentes no mundo são extremamente abundantes, estimando-se que apresentem quantias de óleo, em potencial, muito superiores às reservas de petróleo em poço. O Brasil, nesse sentido, encontra-se entre as maiores reservas mundiais com as principais ocorrências em São Mateus do Sul, no Paraná, na formação geológica Irati, além de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Processamento
O xisto libera óleo, gás e subprodutos a partir do processo de aquecimento conhecido como retortagem ou pirólise do xisto, passando ainda por tratamento para uso adequado. De acordo com estatísticas da ONU, o Brasil possui, referente a essa rochas, recursos equivalentes a 842 milhões de barris de petróleo, o que lhe confere o 2º lugar no mundo, superado somente pelos Estados Unidos.

Tratamento dos produtos de retortagem: os produtos obtidos pela retortagem do xisto ainda não estão prontos para o uso e, por isso, necessitam de tratamento para adequá-los ao uso direto, para servirem de matéria-prima em outras aplicações.
As primeiras tentativas de destilar no Brasil folhemos oleígenos datam do século passado. Em 1881, iniciou-se em Taubaté, São Paulo, a produção de gás e óleo. Essa operação foi reativada em tempos de crise, como durante as duas Grandes Guerras. Em 1891 foi iniciada a produção de querosene, óleo e parafina em Maraú, no litoral da Bahia.
Devido à elevada importância do folhelho pirobetuminoso como fonte energética alternativa, complementar ao petróleo, extraído através de poços, criou-se por iniciativa governamental, em 1952, a Comissão de Industrialização do Xisto Betuminoso - CIXB e mais tarde a Superintendência da Industrialização do Xisto - SIX, uma unidade da PETRÓBRAS.
O folhelho pirobetuminoso pode ser tratado termicamente e produzir um óleo cru sintético, que processado em uma refinaria convencional fornece derivados idênticos aos obtidos do petróleo extraído através de poços. O gás é semelhante ao de rua e pode ser substituto deste.
A PETRÓBRAS detém hoje, com o processo Petro-six, uma tecnologia avançada e plenamente amadurecida na sua usina protótipo em São Mateus do Sul, Paraná. Essa usina, em escala semi-industrial, está aparelhada para processar 2.200t/dia de folhelho pirobetuminoso, produzindo 1.150 barris de óleo ao custo de US$ 36 o barril, 36.500m3 de gás combustível e 12t de enxofre.
Os planos já prontos para uma usina industrial, também em São Mateus do Sul, prevêem o tratamento de 112.000t/dia de folhelho, produzindo diariamente 45.000 barris de óleo, 500t de gás liquefeito e 900t de enxofre.

Produtos e subprodutos do xisto
Devido à natureza do folhelho, que geralmente contém só pequena percentagem de óleo, para uma produção industrial interessam somente grandes reservas, em camadas espessas e pequena profundidade, de tal modo que possam ser lavradas a céu aberto. A viabilidade econômica da produção de óleo a partir de folhemos fica condicionada aos custos gerados pela movimentação de enormes quantidades do minério, desde a extração até a deposição das cinzas, acrescidos dos custos referentes à proteção do meio ambiente e com a recuperação das áreas minerais, para fins agrícolas ou pastoris.
A presença de Cu, Pb, Zn, Mo, Co, Ni, V, U e Ag, entre outros, como elementos-traço, pode propiciar, no futuro, possibilidade de recuperação de alguns deles, influenciando positivamente a viabilidade econômica.
Por: Willian Fachinet
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