Diariamente, Maria Clara Araújo luta pelo direito de ser Maria. Aos 18 anos, a jovem pernambucana é uma das expoentes do transfeminismo, corrente da chamada terceira onda do feminismo, que trata das demandas das mulheres transexuais e travestis.
No começo de fevereiro ela comemorou a aprovação no curso de pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco. Mais do que ser a primeira de sua família a cursar uma faculdade pública, ela viu como uma vitória sua e do movimento poder fazer a prova e ingressar na faculdade como Maria Clara, seu nome social.
Ainda pouco conhecido, o transfeminismo é uma das correntes que mais crescem dentro do feminismo e busca dar voz a travestis e transexuais. O movimento, explica Maria Clara, vai contra o "determinismo biológico", e defende que ser mulher vai muito além da genitália.
"Entendemos que as mulheres e travestis sofrem violências em decorrência delas serem reconhecidas como mulheres. O transfeminismo é criado a partir da percepção que mulheres são plurais. Cada uma tem particularidades e demandas de vida diferentes", diz.
Entre os principais desafios do transfeminismo Maria Clara cita o reconhecimento do nome e gênero, a desconstrução da visão da identidade trans como uma doença e a luta contra a marginalização, além da aceitação dentro do feminismo tradicional, que ainda tem resistência ao movimento.
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